UM POUCO DA HISTORIA DO BLOCO BAFO DA ONÇA RIO DE JANEIRO

O bloco carnavalesco Bafo da Onça, fundado em, 1956, é o tema da segunda vídeo-reportagem da série sobre o Carnaval do Rio de Janeiro.

Capilé, o atual presidente do bloco, conta a história de sua fundação: "Quem criou o Bafo da Onça foi Sebastião Maria, um carpinteiro que era da polícia. Ele já saía no carnaval de rua fantasiado de onça e, naquela época, bebia muito". Durante um desses porres, num boteco no bairro do Catumbi, é que surgiu o nome do bloco. Na década de 60, o Bafo da Onça reunia cerca de 1.500 pessoas na Avenida Rio Branco, por onde passa até hoje. "Naquela época era muito diferente", conta Capilé. "Na rua, ficavam as mulheres e as crianças do lado esquerdo e os homens do lado direito, desfilando separados." No final da festa, havia a apresentação das mulatas. "O Sargentelli ia lá buscar as moças para fazer show para ele", lembra o presidente. "Até a década de 70, os blocos eram a elite do Carnaval", conta Dominguinhos do Estácio, que cantou por dez anos no bloco, "A preferência do público se dividia entre Cacique de Ramos, Boêmios de Irajá e Bafo da Onça." Sambistas cariocas que viveram nessa época comprovam a força do Carnaval de rua. Zeca Pagodinho afirma que se lembra mais dos blocos que das escolas: "O Bloco da Onça tinha fantasias maravilhosas, e era o povão. Hoje é muito fino", diz. Beth Carvalho conta que o Bafo foi o primeiro bloco em que desfilou. "Oswaldo Nunes era alma daquilo. Foi o grande compositor da época." Nunes é autor de diversos sambas do período. Um deles é lembrado por Pedro Luís e os ritmistas do Monobloco, grupo que, desde o Carnaval de 2003, sai pelas ruas do Rio de Janeiro tocando grandes clássicos do repertório popular de Carnaval.
Foto / Dominguinhos emnova escolsa de samba.